Aprendi com o tempo que as teorias revelam intenções, proposições, até ideais, mas somente as atitudes vão confirmá-las. Vivemos em um estado onde fotos evidenciam uma aparente boa convivência entre as religiões, em imagem de cunho folclórico, até poético, mas infelizmente muito ainda precisa ser feito para que o respeito entre as religiões se estabeleça de forma natural e convincente. Vemos ainda a satanização das religiões de matriz africana como as preferidas para as desconsiderações e desrespeito.
Ainda há poucos dias, uma foto publicada aqui em A TARDE revela a realidade deste processo de exclusão, quando em solenidade de entrega do título de Patrimônio Imaterial do Brasil à festa da Lavagem do Bonfim vimos autoridades festejando ao lado de representantes do clero católico, sem qualquer presença do povo de santo. Infelizmente, aqui e ali, tentativas de ações positivas de igualdade entre as religiões batem nas conveniências políticas de não confrontar com religiosos arrebanhadores de possíveis votos.
Interessante que, quando levantei isso em uma rede social, um e outro me chamaram de "candomblecista", grafando como se estivesse me insultando, ou mesmo me ofendendo. Evidenciando claramente o que anima as suas almas em referência a essa religião tão discriminada e satanizada, repito. São ditos cristãos, que, refugiando-se na hipocrisia, nada fazem que justifique a defesa dos valores de exemplo d’Aquele que elegemos como nosso Senhor, mas se colocam como "defensores" de caprichos e vaidades, posto que dominados pela arrogância, se sentem superiores em sua fé, não seguem nem a grandeza do atual papa, quando prega o respeito a todas as religiões.
A nossa religião, seja qual for, buscamos para nos dar explicações existenciais, consolo, orientação, mas a do próximo é para ser respeitada, e qualquer ação impositiva para mudar essas escolhas é colonização de alma. Apesar de tudo, as situações mudam, é só esperar e não desistir, pois é...