A Cidade da Luz fará, pois, no momento em que escrevo este artigo, ainda não ocorreu o nosso aniversário, ainda que a publicação será, certamente, após, 16 anos de existência e o Centro Espírita Cavaleiros da Luz, seu primeiro núcleo, 34.
A nossa alegria, minha e dos mais de mil voluntários é muito grande, pois com uma realização de mais 240.000 atendimentos sociais no ano passado, só temos mesmo que agradecer e festejar. E nesses momentos de comemorações religiosas, me lembro de Saramago no prefácio do livro “Il Maratoneta”, de autoria de Luca Coscione, quando afirma com ímpar propriedade, ainda que em um contexto que pessoalmente discordo, que: “... seja política, seja religiosa, as hipocrisias do poder não têm limites, mas a mais insuportável delas ainda é a hipocrisia religiosa.”. Que verdade!
É fato, no entanto, que a Cidade da Luz, tendo a mim em uma de suas personificações, encontra muitas censuras a sua forma de conduzir o bem e de pregar Jesus, como, logicamente, muito estímulo, e me ponho a refletir: o que será que sempre está por trás de censuras e críticas pejorativas? Cada um terá a sua resposta, pois muitas vezes agimos por sentimentos inconfessáveis, que nós próprios não queremos assumir. Fato é, no entanto, e isto amordaça os ferinos: nós fazemos e digo com orgulho, fazemos bem.
Todavia, infelizmente, sempre vejo a hipocrisia religiosa como mentora de comportamentos tidos como “sérios”, para não dizer dissimulados, ou mesmo cínicos.
Sei de corredores espíritas que estremecem em atitudes anticristãs, maledicentes, ainda que revestidas de “mel” e “benemerência” frente ao novo, ao moderno. São sepulcros caiados que não se cansam de apontar, do alto de sua preguiça moral ou mesmo de seus desmandos o de que se sentem no direito de reprimenda. Enquanto isso acontece, A Cidade cresce e faz. Chega de tanta hipocrisia deslavada.
“A hera, planta rastejante e parasita, que por sua própria natureza sempre se arrastaria no solo e sob os pés dos homens, porém se arvora a escalar os muros altos dos castelos e sobe também pelas arvores frondosas e altivas para, assim, espreitar a luz do Sol por cima da floresta”. Assim são todos os hipócritas das religiões que, não aceitando a sua pequenez, se assanham a escalar quem se constrói com seriedade e denodo, dissimulando rígidos princípios de moralidade, controle doutrinário, austeridade, para ganharem notoriedade e aplicarem, destarte, em suas aflitivas problemáticas de autoaceitação, algum ajuste emocional, a fim de acalmarem as suas neuroses e paranoias.
Doentes da alma se esquecem que pregar Jesus é viver na lealdade de Seus propósitos, imprimindo sempre libertação, jamais julgamentos e censuras.
Assim, a Cidade da Luz segue o seu desiderato sendo hoje, sem dúvida alguma, a maior instituição espírita do Norte e Nordeste em frequência pública, pois é...