Alguém ligado ao presidente Jair Bolsonaro poderia dizer a ele, que foi eleito para governar para os brasileiros, em seu todo, buscando tirar o país deste caos econômico que já faz alguns anos, pois se torna inconcebível que um mandatário faça afirmações, do tipo: “O Estado é laico, mas nós somos cristãos”, ignorando, inclusive, que católicos sãos cristãos, espíritas somos, dentre algumas outras, mas independentemente do erro conceitual que declara, ele não pode, em nome, da pacificação de uma nação, prosseguir pregando para os convertidos deles. Insiste em anunciar, também, que dos dois juízes que pretende nomear para o Supremo Tribunal Federal, “um deles será terrivelmente evangélico”. Ou seja, tornou-se critério de escolha a religião que se professa. Absurdo inominável.
Um balanço divulgado, no dia 13 de junho deste ano, por um dos seus ministérios, o da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), aponta que o Brasil ainda mostra a sanha da intolerância religiosa com agressões físicas, xingamentos, destruições de imagens religiosas, tentativas de homicídio e incêndios criminosos.
Será que ele não imagina que, se não estimula a prática, se omite em não condenar, em não fazer uma pregação de pacificação entre adeptos das religiões. E mais: as cidades campeãs de casos são Natal, com 191 casos, seguido de São Paulo, com 91 e Rio de Janeiro com 61. Tudo isso só neste ano, pois no ano passado, o Disque 100 (Disque Direitos Humanos) registrou 506 casos. As religiões mais atacada foram a Umbanda com 72 denúncias e o candomblé com 47. Certamente, há outros tantos que não foram registrados.
Autoridades religiosas, políticas e pessoas públicas, de um modo geral, precisam sinalizar contra essa questão e não se fazerem de mortas.
*José Medrado é líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal. Escreve para o BNews às segundas-feiras.