Pois é..., por lá quase tudo pode. Contando com a leniência da administração, vemos um espetáculo de infrações: pais dando a direção dos seus carros a adolescentes, pais dirigindo com filhos no colo, quadriciclos cheios de crianças penduradas, motos fazendo rally da estreita pista, estacionando-se em qualquer lugar, a lagoa de preservação natural tendo a sua água usurpada por muitos condôminos... enfim, é uma festa de licenciosidade. A segurança, naturalmente, tenta coibir as irregularidades e ilegalidades, mas como melhor agir se não conta com o respaldo dos que lhe orientam?!
É, de fato, um recorte significativo do que existe na sociedade em seu todo, onde os interesses pessoais submetem a ordem coletiva às irregularidades do posso tudo, porque não existe autoridade que faça pesar a força dos regulamentos e das leis. Se na sociedade os poderes constituídos temem, de um modo geral, e em última análise, a perda de votos dos seus chefes, pois a orientação pode ser nesse sentido, em pequenos redutos coletivos o foco é parecido, pois impera o conforto da não indisposição.
Enquanto vivermos sem o reforço necessário de uma educação geral, que destacará, entre outros, os deveres cidadãos (direito sabemos fácil, fácil), com foco no indivíduo, na necessidade de se fazer valer o respeito ao outro, porque se não sofremos fortes consequências, não há o que se esperar desta sociedade doente. E aqui não demando espaço para falar do velho e esquecido exemplo dos pais, que não existe mais, ou melhor, há, sim, para o negativo. Tudo tão lamentável. Sim, mas o Brasil ficou em um grupo fácil na copa? O reincidente Renan Calheiros devolveu o gasto com voo da FAB. Tudo certo.
E eu aqui com esses clichês, podendo escrever sobre coisas novas, pois o ano é novo, perdendo o seu tempo, leitor, com situações que você sabe ou faz. Feliz Ano Novo, mesmo com muita coisa velha, estragada, apodrecendo. Ah! Muita paz para todos. Carnaval logo, logo chegará. Que bom! Sou incorrigível!