Na última sexta-feira, A TARDE repercutiu em matéria o bloqueio que o aplicativo WhatsApp sofreu, ficando fora do ar por 13 horas por conta de uma decisão judicial. Chamou-me a atenção, no entanto, a consideração de uma das entrevistadas que afirmou à repórter Fabiana Mascarenhas que ficou “desesperada”, quando soube da notícia.
Várias têm sido as abordagens da psicologia tratando o fenômeno das redes sociais como responsáveis, para muitas pessoas, pelo traço marcante do egocentrismo e isolamento social, depressão, dentre alguns outros transtornos. Pesquisas têm evidenciado que esta vida virtual gera fobia social também conhecida como sociofobia, onde desconfortos de ansiedade têm feito muitos sofrerem com lancinantes dores emocionais. Naturalmente, tais pessoas trazem em si uma predisposição para esses distúrbios, e a sua vida virtual é apenas um disparo. Porém, o foco do meu espanto foi que nesses dias de Natal, quando deveríamos buscar a aproximação, sempre que possível, pessoas se desesperam por conta de um aplicativo que lhes “facilita” a comunicação por meio, principalmente, de figurinhas, com as quais identificam o seu estado de ânimo. As ferramentas de internet são ótimas, mas temos um outro mundo a viver. Vamos procurar estar, de fato, comas pessoas nesses dias de reflexão? Nada de atitudes burocráticas, cumprindo agenda ou velhos hábitos não sentidos. Façamos o incomum: comuniquemo-nos com a voz, com o olhar, sintamo-nos de perto, o ressoar do coração do outro.
Aproveitemos, assim, o fim de ano para rever, por exemplo: a quem se fez de seu inimigo, tente o perdão, na impossibilidade, então, procure esquecer o mal feito, e siga adiante sem prisões; para com a ignorância, o intolerante, a paciência; para sua criança o seu exemplo; para com as diferenças de qualquer forma o respeito; para você mesmo o autoperdão e seja mais cidadão, menos omisso e para os amigos e amores verdadeiros e leais, claro, o seu coração. Boas Festas. Paz.
José Medrado
Mestre em Família pela UCSal e fundador da Cidade da Luz