Chico e a Copa - 12/09/12
Logo que saiu o que é o símbolo da copa do mundo no Brasil, muitos jornais fizeram uma alusão de que a taça em si guardava uma lembrança da imagem de Chico Xavier psicografando, o que realmente lembra, se observamos com atenção.
É possível que, até nisso, venhamos a ter um efeito positivo da imagem de Chico na peleja. Pensemos: ainda que seja o inconsciente coletivo uma parte da psique, que pode se distinguir de um inconsciente pessoal, mas sendo uma aquisição do indivíduo, pois o inconsciente coletivo nunca esteve na consciência, segundo estudos de Jung, pois não foi adquirido individualmente, deve a sua existência apenas à sua hereditariedade. Vemos, por outro lado, que já se forma um entendimento de que o inconsciente coletivo é a mentalidade na qual vive quase a totalidade dos indivíduos componentes de uma determinada sociedade, com os seus valores e referências. Torna-se uma espécie de vida mental coletiva, marcada por princípios semelhantes de medo de doença, morte, guerra, acidentes.
O inconsciente coletivo pode também ser marcado por pensamentos mais positivos, como o do amor, da alegria, do otimismo, o desejo de paz. Ora, se, de fato, caiu no coletivo brasileiro a ideia de que a taça do mundo é a representação de Chico, os brasileiros já terão uma atmosfera inconsciente segura de proteção à seleção, pois o conteúdo do inconsciente coletivo, os arquétipos são a forma imaterial à qual os fenômenos psíquicos tendem a se moldar. Eles são as tendências estruturais invisíveis dos símbolos. E o símbolo da copa é a representação de um dos grandes corações pela generosidade e caridade verdes e amarelos.
Em verdade, isso deve importar pouco, em um País onde se valoriza mais as pernas do que o cérebro, talvez fosse até positivo que o Brasil aprendesse a rever os seus valores de importância, a fim de que o esporte fosse apenas visto como um esporte, não fonte de esperança para milhares de crianças que se veem fascinadas pelo glamour, dinheiro e prestígio que uns poucos conseguem neste mundo de fantasia que é o futebol.
Quanto a mim, claro que torcerei pela seleção, envolver-me-ei com o clima de competição, vibrando para que o nosso País, pelo menos nisso, supere os outros, sendo campeão, mais uma vez, do mundo, enquanto outros motivos de orgulho não chegam. Principalmente quando vemos uma dinheirama sendo gasta, quando desfilam um sem número de necessidades de infraestruturas que ainda vemos em nosso País sem a menor atenção dada pelos poderes públicos. Ora, se há dinheiro para a copa, por que não havia para as necessidades da nossa gente? Mas, é isto mesmo, até o dia em que o nosso inconsciente coletivo guardar a imagem de Chico em construção de uma nova era de valorização dos valores morais, de uma cidadania comprometida com a dignidade humana. Porém, escolheram o nome da bola Brazuca.