A psicologia social afirma que o ódio está para os seres humanos, da mesma forma que o amor está, mas que a depender da frustração não superada, bem como o medo de perdas de conquistas adquiridas ou mesmo a não perspectivas de realização de objetivos podem, se manipulados, desencadear processos de violência de consequências não previsíveis.
Vemos, assim, que este processo já se estabeleceu no Brasil, com participação, atualmente, de forma absoluta na política. Vimos o ataque ao candidato Jair Bolsonaro como uma dessas manifestações, o que gerou uma onda de projeção de culpa de ambos os lados. O fato, no entanto, é que nada justifica a sandice de se querer tirar a vida de uma pessoa, seja ela quem for, tenha ela o discurso que tiver. Sei que agora ao ler estas considerações você, leitor, estará levando as suas hipóteses justificadoras, atribuindo, distribuindo culpas para todos os lados, em especial ao objeto comum do ódio. Nessa história não há santos, em lado algum.
É preciso que tenhamos as nossas ideologias e princípios sobre controle, pois quando indivíduos se reúnem num grupo, todas as suas inibições individuais caem e todos os instintos cruéis, brutais e destrutivos, que neles estavam adormecidos, como resquícios de uma época primitiva, podem ser despertados para encontrar gratificação livre. Mas, sob a influência de sugestões, esses grupos são capazes de atitudes insanas, com possíveis consequências criminosas, ou ao outro extremo: a da compaixão.
A capacidade intelectual de um grupo está sempre muito abaixo da de um indivíduo, ou seja, o coletivo perde a personalidade. O resultado mais notável e também o mais importante da formação de um grupo é a ‘exaltação ou intensificação de emoção’ produzida em cada membro dele, geralmente por alguém ou alguns, que manipulam, aproveitam-se da fragilidade circunstancial de um grupo ou comunidade para buscar os seus interesses, em caso do ódio, mas o mesmo princípio pode ser usado pela sensibilidade do amor.
Ideias deveriam ser, se for o caso, desconstruídas, em argumentos que se desapropriem possibilidades, mas nunca em violência que acirram ânimos e geram inimizades, até entre familiares, como estamos vendo neste momento da política brasileira.
José Medrado
Líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal.