FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO

Democracia e conveniências

A vida democrática exige uma posição permanente de bom senso e vigilância, pois ela nos conduz a uma compreensão de princípios de plausibilidade que não podem migrar para o entendimento pessoal do que seja público e coletivo, ainda que afronte conveniências pessoais. Assim, as grandes ou pequenas questões precisam ser debatidas, esclarecidas, fundamentadas. Daí a necessidade de as pessoas desenvolverem um espírito participativo e crítico, incentivador de polêmicas e discussões conjuntas, com o fito de se entender o bem comum, coletivo, sem receios de choque com forças constitutivas do Estado ou de qualquer outra natureza.

 

Mesmo quando não entendem os meus posicionamentos democráticos, sigo em frente. Vem sendo assim quando discordo da presença de crucifixos em repartições públicas, mesmo sendo cristão.

Dessa forma, fico exultante quando vejo, por exemplo, como noticiado na Folha de S. Paulo do último domingo, que a presidente Dilma retirou o crucifixo da parede do seu gabinete e a Bíblia de sua mesa. Perfeito. Ela é presidente de todos os brasileiros, como falou emocionada, em cargo público, logo, não justifica impor a sua fé religiosa.

A propósito de direitos de todos, de exercício da democracia, a presidente da TV Brasil, Tereza Cruvinel, está disposta a retirar as missas da programação da emissora ou dar 15 minutos a cada religião, por considerar que sendo a TV pública de um Estado laico tem que retratar a diversidade religiosa. Há propensão do conselho da emissora para tanto. Saiu, na Folha de São Paulo, do último dia 6. Parece que a lúcida executiva andou lendo meus argumentos aqui em A TARDE.

No entanto, lamentável que o assessor da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, tenha classificado de irrelevante a concessão de passaporte diplomático a familiares do ex-presidente Lula. Não é digno impor ao coletivo uma ideia de que o ex-presidente está acima do bem e do mal, da lei e das instituições. Isso gera um perigoso relativismo do conceito de certo e errado a depender do autor da ação.

José Medrado
Mestre em Família pela UCSAL
Fundador da Cidade da Luz

 

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