Por todos os lados, ouvimos estudiosos do comportamento humano falarem da essencialidade da educação na formação de um país, em seu todo, mais próspero, mais ajustado às demandas dos seus patrícios, na vivência indispensável à civilidade dos seus direitos e deveres.
Via de regra, no entanto, concentra-se o ideal na conquista de saber escolástico, de formação para o mundo cada vez mais feroz em sua competitividade, para se chegar a um lugar ao Sol – diriam os mais antigos. A educação acadêmica é, inegavelmente, um grande trampolim de conquista de haveres sociais, porém o que vemos nestes dias é que a boa educação doméstica está perdendo espaço no seio da família, que, em geral, só se lembra dela diante de algum mal feito presenciado. São muitos os motivos de descaso para com o miúdo cuidado com a educação doméstica, mas, talvez, e infelizmente, o maior deles é a falta de ânimo dos pais para tal empreitada. Educar dá trabalho. Aí, no entanto, precisa haver uma retomada de princípios a serem conversados, principalmente exemplificados pelos pais e ou os que fazem as vezes. Vemos, no entanto, o contrário, além da negligência, a má conduta é, tristemente, estimulada, ensinada e vivenciada no recesso do lar. Vejo ainda uma grande confusão entre o lado moral e o cultural na condução de crianças e adolescentes: o cultural é associado ao tempo, ao comportamento de época, mas princípios são os de sempre, a começar por pequenos gestos de delicadeza e urbanidade. Não podemos apenas reclamar do filho do vizinho, mas prestar atenção nos nossos, em nós.
O resultado da educação doméstica será a formação de cidadãos que respeitem o outro, gerando uma saudável convivência social, o que colaborará para uma vivência mais ética nas relações gerais. E esta é uma responsabilidade dos educadores do lar, intransferível, pois é aí, nos filhos, que veremos revelados o caráter, as virtudes e o comprometimento dos pais, ou não a urbanidade agradecerá.
José Medrado
Mestre em Família pela UCSal e fundador da Cidade da Luz