Estamos vivendo um momento de reavaliação de conceitos e posições. A tão decantada globalização está aí, impondo-nos modernização de acesso a informações, fazendo com que a notícia se torne conhecida no exato momento da sua ocorrência.
As pessoas estão mais bem informadas e com o seu valor de crítica assumido, de forma tal que, sem sombra de dúvidas, mais do que nunca o Espiritismo se torna atual em sua proposição de ser uma fé de razão, raciocinada.
Não mais se aceitam, incontinente, as ditas “verdades” expostas por líderes, dirigentes e médiuns sem serem passadas pelo crivo do discernimento racional.
Tenho, por força do meu estilo pessoal de divulgar a doutrina espírita, permitam-me o exemplo, ouvido depoimentos dos mais variados sobre condutas e pontos doutrinários que o público em geral não mais aceita, pois lastreados em fantasias santarronas, em santificação de aparência...
O processo discursivo pragmático do homem do século XXI tem situado o mundo em revisão contextual em todos os níveis da ação social: conservadorismo de conceitos, sem respaldo nas obras de Kardec, mas nascido da velha e carcomida confusão que se faz entre moral e cultural; posições sectárias, que em nome do Cristianismo, ou da tal pureza doutrinária, segregam, discriminam; a presunção de se achar detentor de infalibilidade mediúnica... estão sendo expostas como pontos absurdos, que já começam a ser rechaçados com vigor, ainda que não explicitados aos seus praticantes.
Assim, cuidado, espíritas, não caiamos na vala comum das religiões dogmatizantes, que são desacreditadas e abandonadas pelos seus fiéis, por força do absurdo de suas esdrúxulas pregações.
Não venha ninguém, no entanto, dizer que não se preocupa com quantidade nas hostes espíritas, e sim qualidade. Absurdo! Em se tratando de uma religião que tem a proposta de consolar, como vamos ficar nas catacumbas de nossos preconceitos e pregações empoeiradas, se o mundo aí fora precisa entender a razão da dor, o motivo do sofrimento, o que somos em essência... Como ficarmos de braços cruzados em nossas Casas, quando tantos precisam de amparo? Ademais, seria ou não egoísmo: eu tenho a consolação, o esclarecimento e dar com os ombros quanto aos demais!?
Conheçamos, assim, as obras básicas da doutrina espirita, para não ficarmos dizendo bobagens do tipo: não se pode usar música no Centro, não se pode rir... Continuo pedindo que alguém me informe onde Kardec ou os espíritos da codificação proíbem tais práticas.
Necessário se faz que não venhamos a agir como algumas correntes evangélicas que simplesmente dizem que a Bíblia proíbe o Espiritismo e os seus fiéis creem sem questionar, simplesmente porque ouviram do pastor. É claro que a Bíblia jamais proibiu o Espiritismo, sobretudo porque a própria palavra é um neologismo criado por volta de 1857.
Opiniões de espíritos, através de médiuns de todos os tempos sempre serão pessoais, importantes, mas se avaliadas e aprovadas pela sensatez, pela razão. Isso porque só as obras de Kardec são e sempre serão as diretivas do nosso agir espírita.
José Medrado
Mestre em Família pela UCSAL
Fundador da Cidade da Luz