Faz uns dez dias que eu postei no perfil da minha rede social a seguinte consideração: O STF reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo, mas não reconheceu o casamento civil entre elas. As religiões têm culpa nisto, pois passam ideias de valores e moral sobre sentimentos humanos, um absurdo. Eu tenho casado pessoas do mesmo sexo, ainda que sem o efeito civil. É lamentável que a cidadania fique submetida a valores de religião, a preconceitos de mentes retrógradas.
Houve centenas de manifestações a respeito, a grande maioria demonstrando um sentimento de cidadania que confesso me surpreendeu, mas por lá também estavam os fanáticos religiosos, com seus valores construídos sobre princípios que só cabem a eles, os que creem desta ou daquela forma.
É muito triste verificar que as religiões ainda tentam se imiscuir em assuntos de caráter meramente cidadão, onde o que deve prevalecer é o interesse da implantação cada vez maior da igualdade das pessoas perante a lei, princípio constitucional tão aviltado em nossa sociedade.
Não se pode conceber que religião alguma guarde o fascismo de impor a sua profissão de fé a uma nação, sob qualquer argumento. Fé não se impõe, cidadania, sim, precisa ser imposta, quando a sociedade ainda não assimilou ideais civilizatórios espontâneos.
Vejo “cristãos” enraivecidos querendo “ganhar no grito”, com ira e desrespeito, os seus princípios equivocados de vivência cristã. Esse Cristo discriminador, perseguidor não é o meu, não O conheço.
Aqui deixo o depoimento de Ednaldo, que deixou publicado no meu facebook, logo para todos: “Não escolhi ser homossexual, quisera eu ter esse poder! A vida nos impôs... e dela quero somente ser feliz e nada mais! Não me ensinaram a ser homossexual... é um instinto animal e biológico, o preconceito certamente foi ensinado!”.
O pior preconceito é o religioso, pois tende a se eternizar, uma vez que o social o tempo se incumbe de sepultar, na dinâmica de novos conceitos e valores.
José Medrado
Mestre em Família pela UCSAL
Fundador da Cidade da Luz