Uma pesquisa de Psicologia Social realizada na Universidade de Stanford, Estados Unidos, em 1969, constatou que a sociedade tende a vandalizar mais ainda o que se lhe configura como algo abandonado, que transmite ideia de deterioração, de despreocupação que vai rompendo códigos de convivência, como de ausência de lei, de normas, de regras, como se o todo nada valesse.
Isso se configurou quando dois carros idênticos foram abandonados em duas zonas de Nova Iorque, uma muito pobre, outra muito rica. Na zona pobre, de imediato, o carro foi totalmente destroçado, na zona rica demorou até que se quebrando uma janela e, então, ele sofreu o mesmo processo. Se uma praça tem a sua grade arrebentada e ninguém a repara, logo todo o mais será vandalizado. Se uma comunidade exibe sinais de deterioração e ninguém se importa, então ali se gerará o delito. Se pequenos delitos não são apenados, então começarão a se desenvolver faltas maiores, e logo delitos cada vez mais graves.
O resultado da pesquisa indicou aos estudiosos que ante o descuido e a desordem crescem muitos males sociais e se degenera o entorno. Salvador é um exemplo vivo do resultado deste descaso, em todas as direções.
Na última sexta, fui ver o excelente show de Mariene de Castro, no teatro Castro Alves, e fiquei perplexo com a falta de cerimônia de muita gente em pleno desenvolvimento do espetáculo, ligando os seus celulares para gravar, para fotografar com o teatro às escuras, encandeando os apreciadores que se encontravam ao lado, sem que pessoa alguma do teatro tomasse uma atitude. Os flashes espocavam de todos os lados incomodando, gerando foto sensibilidade e as pessoas iam se permitindo. É assim que estamos vendo a deseducação crescer em nossa cidade, um verdadeiro eu faço o que quero, pois as instituições públicas estão pouco se importando com o direito coletivo.