Temos visto por todos os lados uma guerra de cores partidárias, envolvendo ataques e defesas dessa ou daquela agremiação política. É notória, assim se depreende, a fuga do foco de uma visão de pátria, para atitudes fanáticas, estribadas, em geral, pelo unilateralismo da paixão, da intransigência perigosa. A professora Ana Lucia Santana afirma que os fanáticos são geralmente prisioneiros de suas obsessões, sejam elas um Deus, um líder político, uma causa utópica ou uma fé inquestionável, em desuso da razão, da lógica. Assim, não importa o que defender, mas defender, combater o contrário sem qualquer tipo de sensatez.
O fanático se debruça sobre o que o seu líder (ou líderes) lhe propõe e passa a amar e odiar cegamente o que se opõe a tais "verdades", pois a sua cegueira cognitiva é o que estimula a chama de suas crenças. A visão se torna estreita e naturalmente surge a filosofia do maniqueísmo, onde se não está de um lado está do outro, logo precisa de combate. Ultimamente estamos vendo o fanatismo político crescendo no Brasil, como se fosse uma religião. Foge-se do ponderável e desemboca-se no plano das falácias e das "certezas" irretorquíveis, do autoritarismo, de uma linguagem agressiva, que intimida e nunca põe os seus princípios sob o crivo da análise racional, por todos os lados são verdades e mentiras em conluio.
Vemos, assim, a política nacional com as cores azul e vermelha em disputa de apropriação de bons feitos e pechas de desmandos. A verdade é que há gente desonesta e séria por todos os lados. As discussões não podem ser restritas e apequenadas a duas perguntas básicas: Quem roubou mais? Quem fez mais? Ora, veremos coisas boas ou não por este ou aquele prisma. Mas o momento é de se fechar pelas cores que ostentam um lábaro estrelado. Agora você, leitor, estará me pintando com esta ou aquela cor, mas o que sou é brasileiro e a verdade é como disse Nietzsche: “O fanatismo é a única forma de força de vontade acessível aos fracos.”
José Medrado
Mestre em Família pela UCSal e fundador da Cidade da Luz