Infelizmente, sabemos, de forma geral, que quando um político abre a boca para garantir alguma coisa: cuidado! Veja o período da proposição (eleições próximas), o que já foi dito naquele sentido no passado, ou seja, duvide sempre. Porém, as instituições filantrópicas que têm valores a receber do governo do Estado da Bahia, por conta de passivo da antiga “Sua nota é um show de solidariedade,” acreditaram, quando o governador por vídeo e matérias em diversos blogs e sites, anunciou que iria quitar tais passivos. Lamentavelmente, não o fez.
Não é verdade, no entanto, que todas as instituições têm pendências, como alega o governo. Poderia aqui mencionar uma instituição que, com toda a segurança do mundo, não guarda pendência alguma, e não recebeu.
Mas, vejamos: em dezembro do ano passado o governo da Bahia lança "Nota Premiada Bahia", programa sorteia prêmios de até R$ 1 milhão para quem exigir a emissão da nota fiscal com o CPF nas compras e instituições ganhariam alguma coisa também por isto (sem saber quanto); em fevereiro deste ano o Governo do Estado divulgou os dez primeiros ganhadores da Nota Premiada Bahia. Cada um levou o prêmio de R$ 100 mil. E as instituições que o governo deve, não tiveram seus passivos quitados, nem notícia do quanto ganhariam pelo novo programa.
Diversos sites visitados por este articulista deram em abril (em textos iguais) ipsis litteris:” O Governo do Estado cumpre o compromisso firmado com as instituições participantes do programa Sua Nota é um Show de Solidariedade e paga, nos próximos dias, R$ 2,37 milhões em prêmios correspondentes a etapas anteriores do programa”. Desculpe, mas não foi verdade. Ou melhor, pagou uma parcela, jogou com as palavras, como se tivesse quitado a dívida. Em Filosofia aprendi que a isso se chama falácia.
Desde que a campanha Nota Premiada Bahia foi lançada, já foram realizados três sorteios, com 30 premiados, cada qual contemplado com R$ 100 mil, mas as instituições continuam com passivos atrasados. Ora, ora como distribuir novas premiações, tendo devedores a serem pagos?
Precisamos, nós que estamos à frente de instituições filantrópicas, ter mais voz de reclamos ecoando, sem medo de retaliações, como muitos representantes me afirmam com tais possibilidades. Estamos fazendo pela sociedade, pelos mais necessitados e os poderes públicos têm obrigação de ajudar, não é favor, principalmente quando se trata de pagar o que deve.
Carreirinha precisa correr com estas pendências, para solucioná-las, permissa vênia, a fim de não ser cobrado em próximos debates eleitorais.
E, cá comigo, não estou convencido de que estas mudanças serão boas para as instituições pequenas, como, por exemplo, as creches de subúrbios. Espero que eu esteja errado.
José Medrado
Líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal.