Temos, na Cidade da Luz, desenvolvido um trabalho direcionado para a captação e engajamento de jovens no trabalho doutrinário espírita. Alguns têm realmente se envolvido, comprometendo-se até sob algum aspecto surpreendentemente, pois não se trata de jovens sem opções sociais de vida. Não. São universitários, bonitos, cheios de datas de baladas na agenda, de “ficação” permanente. Realço tal forma de vivência para enfatizar que são jovens comuns, guardando seus sonhos, vivendo seu tempo. Infelizmente, no entanto, não é isso que se vê por aí afora, lamentavelmente.
Os jovens, na Casa Espírita, não são colocados como protagonistas, mas coadjuvantes em ações que não mais condizem com o perfil da juventude do século XXI. Esperam que eles façam teatrinhos, jograis... tudo que a juventude da minha época, no máximo conseguia fazer, e até hoje os dirigentes espíritas querem que só isso eles façam. Bobagens. Precisamos oferecer a condução das nossas Casas, a partir de uma preparação que nasce do dia a dia das realizações de tarefas realmente doutrinárias. Penso que é falta de discernimento imaginar que os nossos jovens só querem fazer entretenimentos, e muitas vezes os oferecidos são tão bobinhos que os irritam, não querendo sequer frequentar o Centro, quanto mais participar de suas atividades.
Não vejo as Federações Espíritas desenvolvendo trabalho algum para trazer esses jovens. Continua a mesma historinha de sempre, curso para evangelizador, juventudes espíritas... Os tempos mudaram, essa garotada quer fazer algo interessante, ter responsabilidade de condução, de liderança. É claro, alguém poderá dizer, “no meu Centro” os jovens estão engajados, mas não são, seguramente, os que chegaram e ficaram, mas sim, e olhe lá, os filhos dos espíritas, mesmo assim a minoria. Nem mesmo os espíritas estão conseguindo levar seus filhos aos centros. Ou estou enganado?
Também, tenha paciência as práticas são as mesmas das décadas de 70, ultrapassadas, sem arejamento moderno. Está difícil um adulto aguentar, quanto mais a garotada jovem.
Entendo como falta de visão este apego de alguns “antigos” no movimento espírita às suas posições, sem preparar sua juventude para a sucessão, o medo da “aposentadoria” está levando à momentânea estagnação, falta de renovação atual para, logo mais, sem dúvida, chegar à extinção. Isso mesmo, fim do movimento espírita por falta de quem o leve adiante. Falo da sua pujança, pois ele continuará timidamente, afinal de contas, já está.
O movimento espírita está na contra mão dos filmes sobre Chico e dos demais que evidenciam um interesse mundial sobre o tema, pois não tem demonstrado competência para atrair essa gente que está cheia de dúvida, pois se acham os sabedores de tudo, e teoria até que têm muito, mas vivem uma falta absoluta de criatividade e inovação. Lamentável teimosia em modernizar.