Hoje, dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa, que, em verdade, é um grito, um brado de conscientização, de tomada de decisão da sociedade para o indispensável respeito a todos que buscam nas suas religiões, sejam quais forem, um sentido de existir, de consolo, de amparo, uma vez que o encontro do sagrado não tem um único caminho, em face da afinidade de conteúdo, de prática, de conceitos e princípio que as religiões oferecem. Respeito é a senha, simples assim. Respeito não significa abraçar o que as religiões, diferentemente da minha, pregam, mas em aceitar o que elas preguem e os seus seguidores aceitam.
Sem sombra de dúvidas as religiões de matrizes africanas são as que mais sofrem perseguição e os seus sacerdotes e adeptos são mais hostilizados. Pude, no entanto, vendo imagens da beleza da festa que é a Lavagem do Bonfim, onde milhares de pessoas fizeram o seu cortejo e no alto da colina buscavam um pouco da água de cheiro das baianas, adeptas do candomblé, a me perguntar: onde estão estas milhares de pessoas, quando o Candomblé é atacado? Ali estão querendo a bênção dos seus adeptos, mas depois esquecem? Fingem que não são com eles? E por que vão em busca da água de cheiro?
A Lavagem do Bonfim é festa nascida no Candomblé, e até muito tempo era rejeitada pela própria Igreja Católica, que hoje, ainda bem, faz parte da efeméride.
Que neste 21 de janeiro sejamos mais cidadãos, respeitando e fazendo respeitar, pela democracia que vivemos, as escolhas lícitas e verdadeiras de todos que busquem a religião que não necessariamente seja a minha.
*José Medrado é líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal. Escreve para o BNews às segundas-feiras.