Uma onda de informações equivocadas movimentou o Brasil diante do aumento do Judiciário aprovado pelo Congresso Nacional. Em verdade, o governo, na praxe de aviltar o estado democrático de direito, viola a Constituição Federal em seu Art. 37, X, que determina revisão geral e anual, sempre na mesma data, das remunerações dos servidores da União, o que não acontecia desde 2006.
A lei que aprovou a reposição salarial tramitava desde 2009, passou e foi aprovada por todas as comissões necessárias do Congresso. Não é nada novo para o governo, que, na sua expertise de mentir e enganar, passa uma visão inverídica para a sociedade. Parte da mídia informa que nós, os servidores, receberemos aumento entre 50 e 70%. O aumento real gira em torno de 56%, em cinco parcelas, sendo a última, possivelmente, em meados de 2018. Os valores acima disto são de carreiras que estão se extinguindo, onde não existem mais concursos.
Estranha, porém, a reação contrária ao nosso pleito de quem é trabalhador. Qual o trabalhador que não busca na data-base, nos dissídios os seus reajustes? Nós não poderíamos buscar as nossas perdas? O Ministério do Planejamento divulga de forma malévola que o salário inicial de um analista do Poder Judiciário é maior que o do Poder Executivo. Não é verdade. O Ministério do Planejamento vai fazer concurso – em atual divulgação – para analista de planejamento com salário inicial de mais de R$ 15 mil. Já no Judiciário, esse valor é menos da metade.
A inflação deste ano chegará aos 10% e, nos próximos três anos, é possível que ultrapasse os 20%, por baixo, segundo analistas. Estamos engolindo a inflação desde 2006, e temos que aceitar o absolutismo do Executivo? Agora querem nos fazer de bode expiatório, desviando o foco dos desmandos do governo e impondo a todos nós trabalhadores a conta de sua incompetência. O Congresso está dando prova de que as coisas estão mudando e que ele não permitirá a manutenção desse absolutismo do Executivo.
José Medrado
Mestre em Família pela UCSal e fundador da Cidade da Luz