Na próxima terça-feira, 13 de dezembro, a Cidade da Luz estará realizando a sua tradicional Noite da Gratidão, momento em que o venerando espírito Bezerra de Menezes vem trazer a sua mensagem de Fim de Ano para um público de cerca de três mil pessoas que, em total silêncio, quase que comprimido por falta de maior espaço, se maravilha, emociona-se e participa de um momento de rara beleza e elevada espiritualidade.
Nesses momentos de grande enlevo e vibração ímpar, pessoalmente renovo as minhas esperanças na capacidade humana de dar uma parada nas suas conturbações interiores, algumas de gênese externa, a fim de se conectar com os planos mais sutis da vida, em reafirmação de fé, de esperança e também de afirmação de que, a despeito do que se vê ultimamente no mundo, ainda se pode estar em paz, em conexão com o Bem, com o Amor, com a Caridade, em uma espécie de oásis, onde o entorno pode estar em grande desencontro, mas as nossas almas estarão ali para o exercício bendito da gratidão.
Esse espírito que nos acompanha ostensivamente desde 1985, um ano após o generoso Chico nos ter dito que ele estaria nos preparando para uma tarefa, evidencia-se pelo seu caráter, ao lado da grande humildade, altamente independente, não se deixando “escravizar” a médiuns, mas exercendo o seu sentimento de genuína caridade.
Lembro-me que, em 1986, quando começou a atender, no hoje núcleo da Cidade da Luz, no bairro do Uruguai, alguém disse não ser possível Dr. Bezerra estar atendendo ali, nas palafitas – naquela época ainda existiam – o que ele retrucou ser exatamente nesses lugares que queria estar.
Outro fato que até hoje me emociona a alma, na constatação de sempre da grandeza desse espírito, foi o ocorrido em uma reunião mediúnica pública, em um Centro aqui de Salvador, quando a fila para o passe era enorme diante de um médium que recebia um “alemão”, e eu percebia que uma senhora negra, de roupa bem simples, sandália rasteira, moradora daquela comunidade, estava apta para dar o passe e ninguém se acercava dela. Eu, sensibilizado pela falta de pessoas diante da mesma, saí da mesa e fui tomar o passe, como que para dar uma espécie de apoio, e qual não foi a minha surpresa, lá estava o Dr. Bezerra envolvendo aquela velha senhora em amoráveis energias de amor. Ao percebê-lo, ele fez o sinal de silêncio, dizendo que ela poderia se desconcentrar se soubesse ser ele o espírito. Ao término do trabalho, não me contive e perguntei a ela quem era o espírito que a envolvia, ela simples e despretensiosa, afirmou: “Não sei, mas o chamo de Pai Joaquim, por que, Medrado, não é? – É, sim, concordei. O que importava a identidade, se o trabalho estava sendo primoroso?
Esse é o Dr. Bezerra, benfeitor dos disponíveis, que não é jogador de futebol que tem o passe preso a este ou aquele clube, aquele médium, mas o compromisso sempre com o próximo, com a caridade.
Aguardaremos, portanto, este coração-usina de amor com muita gratidão, no dia 13.