Pois é, ainda que estejamos na segunda década do século XXI, onde as informações estão mais velozes do que nunca, vemos, infelizmente, as pessoas fragilizadas em seus conhecimentos sendo engabeladas por propagandas religiosas falsas, onde, não se entende porque, as pessoas ainda viajam nessas ilusões. Foi assim que um grupo cristão evangélico americano Family Radio comprou dezenas de outdoors nas principais cidades dos Estados Unidos e Canadá para anunciar que o dia do juízo final seria no dia 21 de maio. Dessa forma, Family Radio lançou uma campanha mundial na qual adverte que só os verdadeiros crentes se salvariam.
Em seu site, assim como nas ruas, Family Radio adverte que "O Dia do Juízo Final será o dia 21 de maio de 2011. A Bíblia garante. Faltam 11 dias", lá estava escrito. Segundo o grupo, o presidente da Family Radio, Harold Camping, chegou à conclusão que o fim do mundo seria em 21 de maio de 2011 após estudar a Bíblia e porque é exatamente 7 mil anos depois do episódio que Noé se salva do Dilúvio Universal, segundo o texto religioso.
O que causa espécie em esse tipo de divulgação falaciosa é o número de pessoas que acreditam, e se empenham na divulgação irracional de eventos que a história do mundo tem demonstrado que sempre ocorreram tais “profecias”, mas que aqui estamos, passou o dia 21 de maio e tudo continua como antes: religiões consolando, outras alienando, outras ainda sinceras em suas pregações, mas muitos representantes religiosos continuam perpetrando seus estelionatos de lesa-consciência. Quem não lembra da passagem do século? A expectativa e tolices outras acerca do fim do mundo?
É fato que muitas dessas “profecias” nascem da necessidade de, pelo medo, “fidelizar” determinados seguidores, profitentes às colunas doutrinárias de pregação tão estranhas, que só se percebem entre pessoas que, em sua boa-fé ou ignorância, são empolgadas com a ilusão de arrebatamento ou de privilegio por serem desta ou daquela religião.
Entendo que o respeito que devemos guardar a todas as religiões não implica em deixarmos de refletir, raciocinar sobre os seus preceitos, comportamento de seus líderes mesmo que esta religião seja a nossa, a que abraçamos. Precisamos, entendo, fazer da nossa religião um campo de semeadura do bom-senso e da lógica, a fim de ela não ser corrompida, maculada pelos “seus donos”, que se sentem, muitas vezes, a própria voz de Deus.
É com essa preocupação que os realmente comprometidos com a educação no seu sentido mais amplo não veem razão na adoção do ensino religioso nas escolas. A sensatez nos leva a concluir que cabe à família tal mister, com base em seus princípios de vida, o que não quer dizer que seus filhos se manterão fieis com o passar dos anos.
Infelizmente, ainda vemos a arrogância e a presunção como panos de fundo das argumentações religiosas, em defesa de “verdades” que não conseguem enfrentar nem rapidamente o bom-senso.
José Medrado
Mestre em Família pela UCSAL
Fundador da Cidade da Luz