Vi aqui no BNews que neste domingo (14) as pessoas se comportaram como se os riscos da pandemia da Covid-19 tivessem desaparecidos, pois caminhavam pela orla, sem maiores proteções. Os estudiosos do comportamento irão identificar dois aspectos, na maioria, que podem remeter a alguns distúrbios psicológicos, que as pessoas não se dão conta. O primeiro é o negacionismo, ou seja, a pessoa escolhe e trabalha os fatos que se apresentam à sua frente como, de alguma forma, desconfortáveis e passa a negá-los firmemente.
O negacionismo tende a ganhar força quando alguma questão esteja gerando instabilidade na sociedade. Não percebendo a sua arrogância, em não reconhecer o ululante, opõem-se às evidências científicas, com base em seus achismos, sustentando-se em discursos conspiratórios, atinentes apenas aos grupos que concordam com as suas avaliações.
O processo negacionista pode ser tão alienante, que muitos passam a defender questões que estão superadas, no mundo do saber científicos, há séculos, repetidamente convalidadas, como por exemplo, a afirmação que muitos têm feito que a terra é plana. O pior é quando este processo alienador se estabelece em prejuízo a uma comunidade ou mesmo país: na África do Sul, por exemplo, entre 1999 e 2008, o presidente Thabo Mbeki negou a gravidade do surto da Aids e hoje o país detém quase 20% dos infectados do planeta —7,7 milhões de pessoas.
Na época, sua ministra da Saúde, Tshabalala-Msimang, também ignorou a doença e indicava que uma alimentação à base de legumes, como beterraba, bastava para se proteger do vírus HIV. Mais recentemente, em paralelo com o movimento antivacina, que contesta, sem nenhum embasamento científico, a eficácia e a segurança da imunização. O índice de cobertura vacinal vem caindo e doenças contagiosas erradicadas ou perto disso voltaram a aparecer com mais força. No Brasil, por exemplo, o sarampo retornou em 2019.
Infelizmente, por outro lado, ainda há os que não guardam qualquer empatia (capacidade de se colocar no lugar do outros) que pode ser, para muitos estudiosos, consequência de alguns transtornos psicológicos, inclusive a sociopatia, que geralmente não são perceptíveis à maioria.
Pessoas pouco empáticas valorizam apenas as suas ações e criticam duramente que vem em sentido contrário. É um dos sinais mais presentes a uma pessoa pouco empática, uma vez que não estabelece vínculos, pois guarda um grande complexo de superioridade, ou mesmo de inferioridade, é o de se acreditar ter todos os direitos e repassa todas as obrigações aos outros. Certamente, esses calçadões estavam cheios delas.
Líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal. Também é apresentador de rádio.