Se, de fato, a educação é o caminho para o avanço de uma sociedade, na conquista de um país mais equânime, segundo estudos de toda natureza, por que o Brasil nunca realmente se lançou a este processo, seguindo países que se tornaram grandes potências exatamente por conta desta senda? Aqui e ali sempre ouvimos que a ignorância do povo favorece a cena do ilusionismo dos políticos, em manutenção perpétua do seu malabarismo verbal para iludir, do contorcionismo moral para suas alianças e conchavos, pois para a maioria o que vale é ganhar.
Nesse vale-tudo, o mundo cão sai de alguns programas com certa audiência e vai para o horário político, em espetáculo de engodo e agressões. Os fins justificam os meios. Lá atrás muitos dos admiradores de Lula desferiam a sua ira contra Regina Duarte que dizia ter medo do que pudesse acontecer com o Brasil, sendo Lula presidente. Collor foi menos que rasteiro ao apresentar uma ex-namorada de Lula que falou sobre o pedido de aborto feito pelo líder sindicalista. O que mudou? Nada, ou melhor, os atores das cenas.
Aposta-se no eleitorado fanático de todos os lados, que, movido pela paixão, sem reflexão, nunca vê nada de equivocado ou falacioso em seus candidatos, sejam eles de que tendência for. Nesse sentido, ação combatida ontem surge como objeto de convencimento hoje, como camaleões não guardam ideais, mas a sanha de vencer a todo custo. Alguém já disse que somente através de uma mudança cultural real, não demagógica, inserindo nas grades curriculares um sistema educacional sem peias, que ensine a importância da política na vida do povo e orientando as crianças que votar é praticar a plenitude da cidadania, para o bem geral e comum, conscientizando para o pleno exercício do ser cidadão. Dessa forma, passaremos realmente a ser uma democracia representativa, onde a consciência será o mote do voto, não o interesse imediato, realçado pelas chantagens de marqueteiros escalados para moldarem sonhos e ilusões.