Está cada vez mais difícil realizar um trabalho sério, eficaz no campo da assistência social em nossa terra. Falo nossa terra abrangendo município e estado. O que deveria ser apoiado, estimulado e até buscado para valorização e ampliação é quase que absolutamente ignorado pelos gestores públicos. E pior: é dificultado, pelo menos com instituições onde os seus dirigentes não guardam nenhum objetivo político-partidário.
No município, por exemplo, a tributação sobre terrenos que não têm templos religiosos, mas que pertencem a instituições com o mister de ajudar o próximo, tiveram seus IPTUs lançados na estratosfera, pela Fazenda. Sem falar na invenção dos terrenos foreiros, e aí, mesmo tendo o templo, se cobrou. Há, ao lado de valores triturados pela politicagem, de um modo geral, uma total inversão de posições e atribuições dos poderes públicos, que muitas vezes agem como se estivessem fazendo um favor a nós que buscamos preencher lacunas que eles deixam no que deveria ser a sua ação. Ressalvem-se as administrações de Henrique Trindade e Bruno Reis na Secretaria de Ação Social do município.
Já no estado, o Instituto Beneficente Conceição Macedo não está mais tendo aporte para o programa de proteção a crianças e adolescentes ameaçados de morte. Contenção de gastos. Mesmo sem aporte estadual, o Lar Vida, que cuida de crianças com paralisia cerebral, se vê em uma luta para sobreviver sem tréguas. Apenas para citar dois.
Precisamos, todos nós de ação do terceiro setor, pautar todas essas questões em momentos de eleição, a fim de que saibamos verdadeiramente o que pensam aqueles que terão a caneta para decidir sobre vidas assistidas, que muitas vezes eles nem sabem que existem. Por que tem que ser assim? Esses governos vivem de milionárias propagandas, mas não garantem ações simples e eficazes, desenvolvidas por quem só quer fazer a caridade, sem vislumbre ou busca de votos.
José Medrado
Mestre em Família pela UCSal e fundador da Cidade da Luz