De todas as imagens empolgantes da visita do papa Francisco ao Brasil, a que mais chamou a minha atenção foi ele subindo as escadas do avião com a sua maleta de mão. Naturalmente que muitos se ofereceram para carregá-la, inclusive o pessoal do voo, mas ele deve ter rejeitado, representaria, entendo, autonomia, controle de algo pessoal. Gerou curiosidade, ele disse que nada tinha de especial, apenas seu barbeador, creme de barbear e coisas tais. Eram os objetos do homem, não do líder de uma religião.
Nestes dias que correm, estamos nos chocando com absurdos inomináveis que se fazem em nome da religião. Corre pela net um vídeo de um conhecido pastor evangélico intimidando crentes que resolvem acusar pastores, aos que ele chama de "ungidos", de terem cometido alguma coisa ilegal. Afirma, inclusive, que já viu muita gente morrer por isso.
Na minha própria religião não é um, nem dois os pseudomédiuns e/ou pregadores que manipulam, mentem, enganam em nome de ações forjadas na hipocrisia, geradoras de benefícios próprios, desde o financeiro até os das compensações por frustrações das mais variadas fontes.
Religiões estão se perdendo em seu foco, em nome do poder e dinheiro, sem compromisso com o consolo e libertação, razão pela qual, e de forma irrebatível, que muitos pensadores as estão considerando desnecessárias como nunca, o que discordo. Vejo, no entanto, como indispensável que todos os lídimos religiosos levem aos seus seguidores a uma prática de exercício da lógica e do bom senso, como instrumento de libertação de fantasias e engodos.
O papa Francisco está propondo, em suas hostes, tais reflexões, quando, por exemplo, se pergunta quem é ele para julgar os homossexuais que buscam a Deus, ou quando pede que orem por ele, ou ao admitir que peca. Honestidade, em palavras de verdade.
J. MEDRADO ESCREVE NA QUARTA-FEIRA, QUINZENALMENTE