A Justiça brasileira é representada com os olhos vendados tanto na tradição romana (deusa Iustitia), como na tradição grega (deusa Dice). Os olhos vendados simbolizam a imparcialidade e transmitem a ideia de que, diante da lei, todos são iguais, quer dizer: mais ou menos. O Supremo Tribunal Federal é tido como o guardião da Constituição brasileira, mas ela se vê esquecida, empoeirada pelos próprios “guardiões” para os seus servidores. Na Constituição consta desde sempre a reposição anual das perdas salariais dos servidores federais, não se segue. Recentemente, um colega do Judiciário Federal, em Brasília, exercendo a liberdade de expressão, foi espancado, teve esfacelamento do pulso e afundamento de crânio.
O presidente do Poder Judiciário Federal se submete ao Executivo federal, como se fosse o seu coordenador da área judiciária, pois desde o julgamento do mensalão S. Exa. entendeu que não houve formação de quadrilha, inocentando todos neste aspecto; entendeu que não houve compra de votos; votou pela absolvição de José Dirceu. Votos vencidos.
Esse senhor não está conseguindo circular sem que seja chamado de Judas e traidor pela categoria dos servidores, isto porque o projeto de lei de reposição do Judiciário, em trânsito há nove anos, feito por ele, Dilma vetou e disse que era inconstitucional. Isso mesmo. Ele aceita e atravessa outro, em momento que o veto estava em trabalho para a derrubada, mas antes propõe aumento próprio, à vista. Perdeu o respeito da categoria: em Pernambuco, há informações que ele saiu pela porta do lixo do Tribunal de Justiça daquele estado, evitando manifestação de repúdio à sua conduta. Nada foi noticiado.
A quem interessa avançar sobre o Judiciário Federal, fileira de Sérgio Moro? Esse, sim, por onde passa é ovacionado e aplaudido. Os servidores federais não seremos mais os mesmos após esta greve. Relações mudarão, por força de ataques sofridos, mentiras semeadas contra quem faz esta Justiça Federal caminhar
José Medrado
Mestre em Família pela UCSal e fundador da Cidade da Luz