Por conta do mensalão, resolvi fazer um confronto de preparo entre o ministro Joaquim Barbosa e Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal. Causou-me vergonha alheia, naturalmente pelo lugar-tenente que ocupa o ministro Toffoli.
O ministro Joaquim Barbosa é filho de pedreiro, mãe dona de casa. Fez direito na Universidade de Brasília, onde, em seguida, obteve seu mestrado em Direito do Estado. Foi do Ministérios das Relações Exteriores. Foi procurador da República. Estudou na França, por quatro anos, tendo obtido seu mestrado e doutorado, ambos em Direito Público, pela Universidade de Paris-II (Panthéon-Assas). Retornou ao cargo de procurador no Rio de Janeiro e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Foi visiting scholar no Human Rights Institute da Faculdade de Direito da Universidade Columbia em Nova York e na Universidade da Califórnia Los Angeles School of Law. É fluente em francês, inglês, alemão e espanhol. Toca piano e violino.
Já o ministro Dias Toffoli se graduou em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Prestou concurso para juiz substituto do Estado de São Paulo, duas vezes, sem aprovação. Foi professor de Direito Constitucional e Direito de Família na Faculdade de Direito do Centro Universitário de Brasília; foi assessor parlamentar do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados. Foi advogado do PT nas campanhas do presidente Lula. Trabalhou como subchefe para assuntos Jurídicos da Casa Civil com José Dirceu.
Em 2000, Toffoli e seu então escritório de advocacia foram condenados pela Justiça do Amapá a devolver 19.720 reais aos cofres públicos, por conta de uma suposta licitação ilegal de prestação de serviços de advocacia ao governo vencida pelo seu escritório. A ação foi julgada improcedente em segundo grau, tendo a sentença sido anulada em 2008. Em 2006, foi processado novamente por outro crime da mesma natureza ocorrido em 2001, desta vez pela 2ª Vara Cível do Amapá, a devolver 420 mil reais. Também absolvido. Imagino Joaquim Barbosa ouvindo o voto de Dias Toffoli.