Ressurreição ou ressurgimento é o ato de surgir de novo. E o que surge de novo ou ressurge é o espírito que já surgiu antes.
Para os judeus da época de Jesus, a ressurreição era a reencarnação, inclusive para o rei Herodes. E Jesus considerava-a uma verdade, pois teve várias oportunidades para condená-la, mas jamais o fez. Será que Jesus cometeu o pecado de omissão por não a ter condenado? Não. Ele não a condenou, justamente, porque ela é mesmo uma verdade! E eis uma das provas bíblicas de que, realmente, tanto o povo judeu como Herodes consideravam a ressurreição como sendo a reencarnação (Marcos 6: 14 a 16): “... porque o nome de Jesus já se tornara notório, e alguns diziam: João Batista (que já havia morrido) ressuscitou dentre os mortos e, por isso, nele (Jesus) operam forças miraculosas. Outros diziam: É Elias; ainda outros: É profeta como um dos profetas (do passado). Herodes, porém, ouvindo isto disse: É João Batista, a quem eu mandei decapitar, que ressurgiu (ressuscitou)”.
Há três tipos de ressurreição. Um acontece na hora da morte do corpo, quando o espírito ressuscita no mundo espiritual donde ele veio para dar vida a um novo corpo humano. Um exemplo bíblico dessa ressurreição do espírito é a do próprio Jesus que disse na hora de sua morte: “Pai, em vossas mãos entrego meu Espírito” (Lucas 23: 46). Outro tipo de ressurreição é conhecido também por aparição ou aparições do espírito através do seu períspirito, nome criado por Kardec. E há o terceiro tipo de ressurreição do espírito na carne, muito comum, pois é a reencarnação, crença encontrada, também, entre os judeus da época de Jesus, a que já nos referimos.
Quando o espírito desencarna, ele mantém consigo o períspirito como sendo o seu corpo, e através do qual ele ressuscita ou aparece aqui no mundo físico para nós e, às vezes, até materializado.
E, praticamente, o perispírito é conhecido em todas as civilizações com seus vários nomes: corpo bioplásmico (Rússia); corpo glorioso, corporeidade, corporalidade e corpo pancósmico (Igreja); aura (Orígenes); corpo espiritual (são Paulo); corpo vital da alma (Tertuliano); corpo fluídico (Leibnitz); Rouach (Kabala); corpo astral ou vestrum (Paracelso); luz ódica (Reichenbach); boadhas (Zen Avesta); carne sutil da alma (Pitágoras); corpo aéreo ou ígneo (Plotino); imago (latinos); eldôlon e corpo luminoso (gregos); fantasma póstumo (Dassier); pnenumá (santo Hilário, são Basílio de Cesaréia, santo Atanásio, são Cirilo de Alexandria, são Bernardo e santo Agostinho); nephesh (Israel); Khi (China); mediador plástico (Cudwerth); Ka (Egito); Linga Sharira, Kama-Rupa e Mano-Maya-Rosha (Índia) etc.
A Bíblia diz que foi só a partir do terceiro dia, depois de sua morte, que Jesus ressuscitou. É a ressurreição Dele no nosso mundo físico, chamado mundo dos vivos, a qual pode acontecer também com qualquer um de nós e comumente chamada de fantasma e assombração.
Em 1 Coríntios 15: 44, lemos que a ressurreição não é do corpo físico. Também em 1 Pedro 3: 18, este apóstolo diz sobre Jesus: “...morto, sim, na carne, mas vivificado (ressuscitado) no espírito”.
Pela Bíblia, a ressurreição de Jesus e a nossa não são da carne, mas realmente dos espíritos com seus respectivos perispíritos.
E terminamos repetindo que, na Bíblia, não há a ressurreição “da carne”, mas “na carne”, ou seja, o fenômeno da reencarnação!