Os teólogos nunca falam em alguns dogmas em publico, por serem polêmicos. E para eles, o zé povinho não precisa conhecer certas doutrinas, que são só para eles, intelectuais e teólogos!
Tudo começou com o polêmico Concílio Ecumênico de Niceia (hoje Isnique, na Turquia). Polêmico, porque os bispos participantes dele foram pressionados pelo imperador Constantino, com ameaças de exílio, torturas e morte, para quem não votasse na divinização de Jesus. Os ânimos estavam muito exaltados. Alguns bispos foram acompanhados de seus seguranças armados. E segundo Helena Blavatsky (“Doutrina Secreta”), um bispo matou outro a chutes. Como se vê, os bispos estavam inspirados, porém, não por um espírito ou espíritos de Deus, mas por espíritos impuros, atrasados.
Com a vitória de Constantino, ou seja, a divinização de Jesus, foi também dado o primeiro passo para a criação da Santíssima Trindade, que recebeu impulsos nos Concílios de Constantinopla (381), de Éfeso (431), de Calcedônia (451) etc. Mas para os apóstolos e as primeiras gerações de cristãos, Jesus era um homem, o Messias, e não outro Deus. E eles não conheciam também a Santíssima Trindade, que não é doutrina da Bíblia, mas que foi acrescentada a ela, posteriormente.
E foi quase um milênio depois do Concílio de Niceia, que o Concílio Ecumênico de Lião (1274), na França, criou mais outro dogma, o Filioque (expressão latina: “e do Filho”), que dá mais poder a Jesus, para enfraquecer os teólogos contrários à sua divinização. E como se sabe, na época, quem fosse contra um dogma, morria na fogueira da Inquisição.
Os teólogos do Filioque defenderam a ideia de que o Espírito Santo procede de Deus, o Pai, e do Filho. Com isso, tentaram mostrar que Jesus é outro Deus Todo-Poderoso como o é o Deus Pai, introduzindo no Cristianismo o politeísmo. E a Bíblia é contra a divinização de Jesus: “Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um só que é Deus.” (São Marcos 10: 18). “Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.” (Efésios 4: 5 e 6). “Porquanto, há um só Deus verdadeiro, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” (1 Timóteo 2: 5). E “O Pai é maior do que eu.” (João 14: 28).
Jesus é Deus, mas relativo, como todos nós o somos também. (João 10: 34 e 35; e Salmo 82: 6), porém, Deus absoluto, incriado, é só o Pai. Aqueles que acham que Jesus é outro Deus, igual ao Deus Pai, se baseiam na afirmação de que Ele e o Pai são um. Mas Deus e Jesus são um em sintonia. E Jesus até nos convida para sermos também um com Ele e o Pai. (São João 17: 21).
Muitos católicos, protestantes e evangélicos, em silêncio, não aceitam que Jesus é outro Deus e, portanto, não aceitam também o dogma do Filioque.
E uma prova de que a divinização de Jesus é mesmo polêmica é que, oficialmente, a respeitada Igreja Ortodoxa Oriental (com cerca de 300.000.000 de adeptos), o Espiritismo e as demais religiões não aceitam que Jesus é outro Deus, a não ser relativo, e, consequentemente, não aceitam também o dogma do Filioque!
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