FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO

Os espíritos adiantados ou angélicos e os atrasados ou maléficos


A crença sobre anjos tem duas teorias. A dogmática de que eles são anjos perfeitos e que assim já foram criados. E a crença universal de que eles são espíritos humanos perfeitos, mas que eram imperfeitos, quando foram criados. Nas duas doutrinas são espíritos, geralmente, bons, evoluídos. Mas há também os anjos maus.

Sou a favor da segunda teoria espírita de que os anjos são espíritos humanos, que foram criados imperfeitos e que, por evolução, se tornaram perfeitos. Se Deus criou os espíritos humanos imperfeitos, enquanto teria criado os anjos já perfeitos, isso seria uma prova de que Deus amaria mais os anjos do que a nós espíritos humanos. Se isso fosse verdade, o amor de Deus para conosco deixaria de ser infinito. Aliás, existe até uma “fofoca teológica”, se assim posso me expressar, que afirma o contrário, ou seja, que os anjos se revoltaram contra Deus, porque Ele amava mais os seres humanos do que a eles.

Se fosse verdadeira a doutrina de que os anjos não são espíritos humanos evoluídos, os teólogos não necessitariam tê-la transformado em um dogma. Devemos respeitar todos os dogmas, mas eles são doutrinas polêmicas. Eles não têm o respaldo bíblico, e, às vezes, são flagrantemente contrários à Bíblia. São Pedro fala que os anjos revoltados contra Deus pecaram e foram precipitados para baixo, isto é, a Terra. (2 Carta de Pedro 2: 4). Em outras palavras, eles vieram reencarnar para se purificarem até pagarem o último centil, pois o nosso mundo é o lugar de provas e expiações e as reencarnações são para o espírito evoluir em busca da perfeição semelhante à de Deus.

Se anjos podem pecar, é porque eles são mesmo espíritos humanos ou da mesma categoria humana. E isso é mais um motivo para que Deus não os tenha criado mesmo já perfeitos, mas imperfeitos como nós o fomos. E lembro aqui a metáfora de Adão e Eva, que pecaram exatamente porque não eram perfeitos. E o Pecado Original com o qual nascemos, segundo o dogma cristão-judaico, tem um fundo de verdade, pois trazemos pecados das nossas vidas anteriores. E creio que o pecado de Adão e Eva tenha também certa analogia com o pecado da rebelião dos anjos, o que seria mais uma justificativa de que os anjos são mesmo de natureza humana. Daí se falar também, como já foi dito, em anjo mau, impuro, ainda não purificado.

A crença dogmática cristã numa vida única terrena levou as pessoas a confundirem o corpo novo de uma criança com a idade do seu espírito, chamando-as, pois, de anjo quando morrem. Mas na verdade, a idade do espírito é diferente da idade do corpo. Este pode ser novo, mas habitado por um espírito velho, pois existe antes do corpo. “Antes que te formaste no ventre de tua mãe, eu já te conhecia.” (Jeremias 1: 5). E Jesus disse que antes que Abrão existisse, Ele já existia, logicamente em Espírito e não em corpo. (João 8: 58).

Porém atentemos para o fato de que o verdadeiro significado de anjo (“aggelos” em grego, e “angelus” em latim) é enviado, mensageiro, do mundo espiritual. Mas podem vir também anjos maus (espíritos humanos ainda atrasados), inclusive para serem doutrinados, como acontece nas reuniões mediúnicas das casas espíritas. E eis mais um texto bíblico: “...alguns, sem o saber, acolheram anjos”. (Hebreus 13: 2).

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar “TODAS AS COLUNAS”.

José Medrado - Editorial

Cristina Barude - Psicografia

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